terça-feira, 23 de junho de 2015

Adolescência: uso e abuso de drogas



O adolescente é considerado um grupo de risco em relação ao uso e abuso de drogas devido às constantes transformações psíquicas e físicas próprios desta fase. 

Em busca de novas experiências e desafios, o adolescente acredita ser ilimitado, mas ao mesmo tempo, sente-se inseguro diante das transformações, o que o torna vulnerável. É nesse momento, que o adolescente procura descobrir e firmar a sua identidade, surgindo dúvidas e questões de várias ordens expondo a inúmeros riscos, como a experimentação e o abuso das drogas. 

Apesar do uso e abuso de drogas não ser algo exclusivo da nossa época, a relação que o adolescente estabelece com a droga atualmente, vem sendo realizado de forma indiscriminada. A utilização de drogas lícitas e ilícitas seja como consumo ocasional, indevido ou abusivo permeia a cultura da adolescência, e no caso do Brasil, notadamente por meio do consumo de álcool, tabaco e maconha. 

Sabemos que a ampla disponibilidade e a presença de drogas na comunidade de convivência do adolescente são fatores que naturalizam o consumo das drogas. Porém, cabe ressaltar, os principais fatores que podem ou não levar ao uso abusivo das drogas pelo adolescente. Entre eles estão:

- a dimensão familiar: A família como modelo primário das relações que o adolescente estabelece em sua vida, serve como forma de proteção ou fator de risco diante das ofertas das drogas oferecidas. É no âmbito familiar que a subjetividade do individuo entra em formação, pois o cenário familiar está intimamente ligado as redes de símbolos e significados que o adolescente vai introduzir em sua vida, além da possibilidade de comunicação 

- social, no qual a escola tem um papel importante na vida do indivíduo, seja como agente transformador, seja como propiciador de um ambiente que aumenta as condições para o uso de drogas. A instituição como um todo é um agente de socialização da criança e do adolescente por ter fortes instrumentos de promoção da autoestima e do autodesenvolvimento, atuando como um fator fundamental para o desenvolvimento do indivíduo. No entanto, mesmo neste local é possível encontrar fatores que predispõem os adolescentes ao uso de drogas, como por exemplo, a falta de motivação para os estudos, o mau desempenho escolar, insuficiência no aproveitamento, dificuldade de estabelecer relações sociais, a influência dos pares, entre outros. 

- individual

- o grupo de pares: O adolescente devido sua necessidade de pertencimento, reconhecimento, próprios desta fase, pode se sentir pressionado a utilizar as drogas por pressão do próprio grupo e para se sentir integrado a ele.

- biogenético (predisposição)

. Entre as justificativas que os adolescentes dão ao uso e abuso de drogas estão a necessidade de estimulação ou calma, experimentação pela curiosidade, a valorização social como forma de pertencimento, problemas relacionados ao sono, suportar situações difíceis ou a própria rotina, relaxar, sentir prazer, alivio da dor, depressão ou qualquer outro sentimento negativo. A droga, por meio do prazer oferecido, preenche lacunas importantes na vida da pessoa, podendo se tornar indispensáveis para o funcionamento psíquico do adolescente. A droga se apresenta como um sintoma das relações familiares combinadas com outros fatores, como a cultura, escola, amigos, entre outros. No entanto, cabe ressaltar, que os fatores de risco que podem aumentar a probabilidade do adolescente ao uso ou abuso da droga não devem ser analisados de forma isolada, independente e fragmentada, o que corrobora para um conceito de postura unicausal e moralista. 

A questão que se estabelece nessa problemática tão frequente atualmente, não fica apenas em eliminar o sintoma (droga), mas sim, um trabalho de analisar e compreender em suma o desenvolvimento do adolescente, suas características e o que está ao seu redor. E assim, possibilitar a reflexão e formas de prevenção em relação ao uso e abuso de drogas.

É importante que as estratégias sejam feitas de forma compreensiva e contextualizada de cada caso levando-se em conta a dinâmica familiar e a história de cada adolescente. 

A psicoterapia neste momento tão importante do desenvolvimento também pode ser um alicerce para a prevenção de tal situação, bem como a possibilidade do tratamento ao adolescente que caiu na armadilha das drogas. 

*O texto é apenas informativo e não substitui o atendimento psicoterápico oferecido pelo psicólogo.



terça-feira, 9 de junho de 2015

TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo)


O Transtorno Obsessivo Compulsivo, mais conhecido como TOC e popularmente como “mania” é um transtorno de ansiedade caracterizado pela presença de pensamentos e comportamentos obsessivos e/ou compulsivos que consomem tempo significativo do sujeito, trazendo prejuízos em diversos âmbitos de sua vida.

No geral, apresentam pensamentos e comportamentos recorrentes e incontroláveis que podem aumentar ou diminuir ao longo do tempo associado ao estresse. Segundo alguns estudos, os sintomas se iniciam, geralmente, ao final da adolescência e muitas vezes na infância, podendo ser gradativo e crônico. Alguns autores apontam que os pensamentos obsessivos estão intimamente ligados à cultura em que a pessoa vive. 

Na atualidade, os principais pensamentos obsessivos estão associados ao mundo contemporâneo, como o medo incontrolável de perder um ente querido, medo de se contaminar, entre outros medos, fazendo com que o sujeito apresente comportamentos repetitivos e rituais a fim de aliviar a ansiedade frente aos pensamentos. 

Alguns dos sintomas observados referente aos pensamentos obsessivos estão o medo de ser contaminados por germes, bactérias ou qualquer tipo de sujeira, medo de causar danos a si ou ao próximo, foco excessivo sobre idéias religiosas ou morais, pensamentos e desejos de ordem e simetria, entre outros.

Diante dos pensamentos obsessivos a pessoa é impelida de forma indesejável a ter comportamentos que possam aliviar sua ansiedade, como verificar frequentemente e compulsivamente a fechadura, eletrodomésticos (se estão ligados ou não), verificar se um ente querido está seguro, criar rituais de contagem, repetição de palavras, passar tempo indefinido em atividades relacionadas à limpeza (sem que haja qualquer controle de seu comportamento), práticas religiosas excessivas, acumular objetos sem a real percepção de sua necessidade, entre outros rituais.

Os sintomas podem ser gradativos e incapacitantes, portanto, seu curso geralmente é crônico e o sujeito deve buscar ajuda profissional para o tratamento e alívio de sintomas. O tratamento bem orientado pode trazer diversos benefícios a qualidade de vida do paciente e sua intervenção satisfatória. Em alguns casos, a intervenção medicamentosa se faz necessário para o alivio da ansiedade, concomitantemente com a psicoterapia. 


Esta animação retrata de maneira interessante o comportamento repetitivo e compulsivo. É possível observar de forma clara algumas características do TOC.






*O texto é apenas informativo e não substitui o atendimento psicoterápico oferecido pelo psicólogo. 

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