terça-feira, 14 de julho de 2015

Papel do psicólogo: Por que procurar um psicólogo se tenho bons amigos?



“Não preciso de psicólogo porque não sou louco”

“Tenho bons amigos que me aconselham e me ajudam quando estou com problemas. Por que precisaria pagar um psicólogo?”

“Quem vai ao psicólogo é louco ou fraco, eu consigo sozinho





Quem já ouviu as frases citadas acima??
Confesso que escutei essas frases desde a época em que tive o desejo de fazer graduação em psicologia, e ainda às escuto na atualidade, em diversas situações, seja entre colegas e amigos, seja no próprio consultório através do relato dos pacientes e seus familiares.

É claro que poder contar com um amigo, ou um familiar para desabafar é ótimo e sim, faz bem a saúde poder ter e manter um bom relacionamento interpessoal. No entanto, o psicólogo pode oferecer uma escuta diferenciada, sem julgamentos e realizando as intervenções necessárias para cada caso, e de forma sigilosa.

Quando estamos com dor de dente, não procuramos um dentista? Quando alguém sofre por um problema físico, não procura um médico? Então, por que há tanto tabu e resistência ao procurar um psicólogo quando não é possível lidar com alguma dificuldade emocional?

Sabemos que o bem estar e a saúde não estão restringidos ao campo físico, e sim, a uma integração entre corpo e mente.  Então, por que cuidamos tanto do físico e deixamos de lado nossa mente?

Há muitos anos a sociedade realmente acreditava que o tratamento psicológico era destinado apenas aos loucos, porém, essa visão tem mudado pouco a pouco, trazendo mais visibilidade e importância tanto ao papel do psicólogo, como o importante papel do paciente em seu tratamento.

Procurar um psicólogo não é fácil, se colocar em uma posição de descoberta, de tratar e nomear seu sofrimento menos ainda. Afinal, para que o paciente possa entrar em contato com o seu sofrimento necessita investir tempo e dinheiro em um tratamento que nem sempre é pontual e com data marcada para acabar. Porém, poder procurar um psicólogo é também poder enxergar seu sofrimento através de uma nova lente, ampliando sua forma de ser e de sentir no mundo.
O psicólogo embasado em sua formação teórica e prática, pode oferecer ao paciente um espaço de escuta diferenciado. O papel do psicólogo não está em dar conselhos as pessoas, como um amigo poderia fazer. Seu papel é poder oferecer um lugar ao paciente para que este possa nomear sua dor e seu sofrimento, sem julgamentos e censura, tendo em vista o crescimento emocional, qualidade de vida e redução do sofrimento e sintoma. 

* O texto é apenas informativo e não substitui o atendimento psicoterápico oferecido pelo psicólogo.


quarta-feira, 8 de julho de 2015

Quebrando o ciclo: violência doméstica


A violência contra a mulher está presente em todos os segmentos sociais, independentemente da cor, etnia, faixa etária ou classe social.   

Devido à alta incidência da violência contra a mulher, juntamente com a luta das mulheres foi possível a criação da Lei 11.340/2006- Lei Maria da Penha. Conforme esta lei, configura-se Violência Doméstica e Familiar contra a mulher toda e qualquer ação ou omissão que cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial, praticado pelo companheiro (a) que faça parte do seu âmbito familiar.
Atualmente as denúncias vêm ganhando maior visibilidade, entretanto, ainda não atinge sua totalidade porque a violência, por diversas vezes, é silenciosa.

A violência não é um episódio, é um processo, um ciclo contínuo, que sem a quebra, tende a permanecer alternando tensão, violência e pedido de desculpas. O ciclo da violência é composto por três fases: A construção da tensão (agressões verbais, crises de ciúmes, ameaças, etc.), a explosão da violência (descontrole e destruição) e por fim, a lua de mel (arrependimento do agressor e a promessa de que a violência não ocorrerá novamente). O ciclo da violência não é circular, porém é padronizada e caracteriza-se pela sua continuidade no tempo. 

A vítima de violência doméstica, geralmente apresenta baixa autoestima e se encontra atada em relação ao agressor, seja por dependência emocional ou material. A relação é construída através do medo, culpa e insegurança, desencadeando consequências como: isolamento social, sentimento de culpa, insegurança, depressão, transtornos de ansiedade, entre outros.

Ao contrário do que se pensava, é possível enfrentar a violência doméstica e suas consequências, buscando o atendimento especializado em centros de referência da mulher, hospitais, delegacia da mulher e no atendimento psicoterápico.
O tratamento clínico e psicológico é essencial para a vítima garantindo a minimização das consequências emocionais que contribuem para a sua insegurança e vulnerabilidade. 

*O texto é apenas informativo e não substitui o atendimento psicoterápico oferecido pelo psicólogo.