R: O ciúme afeta a relação quando o
sofrimento está instalado tanto em quem sente o ciúme como em quem é o objeto
de ciúmes do outro. Geralmente existem dois tipos de ciúmes, um que é
embasado em ciúme situacional, ou seja, quando ocorre uma situação específica
que gera o ciúme, mas o sentimento passa; e outro ciúme que vêm a partir da
própria imaginação e fantasia da pessoa ciumenta, podendo chegar a um ciúme
patológico. O sujeito que sente ciúme sem embasamento situacional pode se
tornar um sujeito possessivo, onde acredita que o parceiro (a) é seu objeto de
prazer-amor ocasionando a tentativa de monitoramento e perseguição. O parceiro
que sente ciúme tem uma lógica e uma linha de raciocínio que é só dele, e pode
prejudicar o parceiro com atitudes de controle. A pessoa ciumenta tende a
interpretar cada palavra que o parceiro diz até encontrar alguma mentira ou
falha que possa caracterizar a traição.
O ciúme afeta a relação quando o
sujeito é tomado em diversos momentos pela desconfiança, fantasiando que está
sendo traído. O sofrimento é quase aniquilante, identificando que o sentimento
está afetando a relação, e por diversas vezes ocasionando brigas, cobranças e
até atos violentos com o outro.
2. O ciúme faz bem a relação? Por quê?
R: Depende do grau de intensidade do
ciúme. Todas as pessoas sentem ciúmes, o que difere de um ciúme considerado
“normal” ao patológico é a forma e a intensidade que o sujeito sente e sofre.
Cada um tem uma forma de manifestar o ciúme, porém a nossa sociedade acredita
que esse sentimento é sinônimo de amor, consideração e respeito. Ou seja,
tendem a crer que quando o parceiro (a) não demonstra o ciúme da forma que
espera pode achar que o outro sinta descaso com a relação, o que não é verdade.
A nossa cultura acredita que uma “pitada
de ciúme faz bem a relação” porque esse sentimento vem acompanhado de zelo, de
consideração ao outro. O ciúme faz parte da relação, uma vez que o
relacionamento de certa forma é embasado no sentimento de pertencimento, ou
seja, de ser e de ter, de posse. Então, uma manifestação de ciúme pode ser boa
na relação quando provocado de alguma situação e logo resolvido com o
companheiro, entretanto o ciúme em demasia pode gerar sofrimento, angústia e
colaborar com a separação do casal.
3. Quais as dicas pra quem tem ciúme excessivo
mudar e tornar a relação mais saudável?
R: O ciúme excessivo vem de uma
imaginação e fantasia que vai se tornando verdade para aquele que sente. Para
quem sente ciúme excessivo é importante compartilhar com o companheiro como se
sente sem que seu discurso se torne pesado ou de alguma forma uma cobrança. É
importante ter confiança no outro e procurar ajuda de um psicoterapeuta, sempre
que o sujeito não conseguir parar de fantasiar a traição do outro.
4. Há algum tipo de tratamento para quem tem
ciúmes em excesso?
R: O ciúme sempre vem acompanhado da
insegurança e baixa autoestima de quem sente, o que pode corroborar com a falta
de respeito, brigas e descontrole emocional de quem sente e sofre com o ciúme.
O ciúme pode se tornar patológico
ocasionando muito sofrimento para o sujeito, portanto a psicoterapia é
importante para esses casos. É possível trabalhar no processo terapêutico a
insegurança, o sofrimento, o ciúme, e a autoestima colaborando para uma vida em
casal mais sadia e duradoura.
Para informações sobre ajuda emocional acesse o site: www.saopaulopsicologia.com.br
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