quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Autoestima

Hoje escreverei sobre um tema que se faz muito presente na clinica e no dia a dia: a autoestima.

Na pratica clinica, percebo que muitas pessoas trazem intenso sofrimento psíquico, por problemas diretamente relacionados à imagem que a pessoa tem de si mesma e a forma em que se posiciona frente ao outro trazendo sérios prejuízos na vida emocional do sujeito.

A autoestima refere-se à forma em que o sujeito se observa e se posiciona no mundo, e nas relações. Neste processo encontramos o próprio julgamento que a pessoa faz de si mesma, bem como a autoconfiança e autoaceitação. Podemos pensar que a autoestima é subjetiva, levando-se em consideração que ela se dá a partir do olhar individual que cada um tem de si mesmo.

Quando nascemos já temos um lugar marcado no imaginário de nossos pais, por exemplo, como o filho vai ser, o que vai ser, a quem vai puxar, e etc. Essas suposições  marcam o bebê fazendo com que sua identidade vá se construindo a partir do olhar do outro. Ou seja, é a partir das primeiras relações que o bebê tem no mundo e o olhar que os pais direcionam à criança que vai colaborar para a construção da imagem que ela tem de si mesma.  

Uma criança que é incentivada a partir deste olhar dos pais de uma forma positiva vai colaborar para um adulto com uma autoimagem e uma autoconfiança melhor contribuindo em sua forma de ser no mundo, de ser capaz e competente. De possuir qualidades e de colocar valor na forma em que lida com as situações da vida.

No entanto, podemos supor que em crianças que não tiveram este olhar cuidadoso dos pais para a sua constituição subjetiva, somado as experiências da vida podem apresentar problemas relacionados à autoestima, onde o sentimento de não valia interdita não só as relações interpessoais, mas a forma em que se posiciona no mundo.

As pessoas com baixa autoestima apresentam grande sofrimento emocional por se verem em diversos momentos paralisadas diante de sua percepção inferior ou de incapacidades porque a sua autoimagem se apresenta de forma distorcida e sem valor. Nessa situação, fica difícil para o sujeito se posicionar frente a algo que não lhe agrada ou frente a algo que se deseja.
A baixa autoestima pode influenciar diretamente nas relações interpessoais e de trabalho, trazendo prejuízos e dificuldades emocionais, como a ansiedade, depressão, isolamento, relacionamentos abusivos, síndrome do pânico, sentimento de inferioridade e incapacidade que leva a paralisia, entre outros. 
Nesses casos, é de suma importância poder procurar ajuda profissional de um psicólogo para que seja possível a construção de novas imagens de si, de novas possibilidades e de um olhar cuidadoso para um caminho de transformação e de um possível encontro com a sua subjetividade.

*O texto é apenas informativo e não substitui o atendimento psicoterápico oferecido pelo psicólogo.  



quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Entrevista cedida a jornalista do site “Nós Mulheres” com o tema: “Traição Virtual”


1. Traição virtual é traição?

R: Depende, a traição só se configura traição quando em um relacionamento existe um acordo mútuo e isso independentemente das circunstancias é quebrado. Muitas pessoas acreditam que a traição só é consumada quando há contato físico, outras acreditam que qualquer tipo de vínculo afetivo estabelecido com o outro que não faça parte do relacionamento real também seja traição. Portanto, não há uma fórmula para dizer se a traição virtual é traição ou não, pois ela só se configura de tal forma a partir das convicções, características e acordos que cada casal possui. 

2. Por que as pessoas utilizam hoje a internet como artifício à traição?

R: Houve um aumento significativo na procura em sites de relacionamento por pessoas que queiram conhecer ou partilhar os mesmos desejos sexuais e fantasias.  Atualmente, as pessoas têm se beneficiado nos sites de relacionamento, porque a internet cria a possibilidade ao desejo e as formas de saciá-las sem precisar sair de casa e sem a necessidade de identificação. É um espaço criativo, um campo da fantasia, onde a ampliação da sexualidade é possível, sem compromisso e sem investimento no outro. 

4. Por que a traição surge em um relacionamento?

R: A traição pode ocorrer por diversos motivos a partir da necessidade de cada um. Pode-se inferir que as traições ocorram devido a insatisfação no relacionamento, busca de novas emoções e sensações, falta de compromisso, fuga por medos inconscientes do relacionamento ou a necessidade de se autoafirmar devido a sua própria baixa autoestima. 

5. Como evitar este tipo de traição?

R: É difícil criar fórmulas para que não haja a traição, porém é importante discutir com o parceiro o que pode e o que não pode na relação. Todo casal deve primeiramente se comunicar para que haja sintonia no relacionamento, e é a partir do momento em que o casal delimita seu próprio limite ao outro, o relacionamento pode ser mais estável e as traições podem ser evitadas. Ou seja, o diálogo é o ponto inicial para um relacionamento saudável e sem surpresas de infidelidade.


Para maiores informações acesse: www.saopaulopsicologia.com.br